A10 Networks divulgou nesta semana a pesquisa Global Communication Service Providers: Market Growth Fuels Security Investments (“Provedores de serviços de comunicação globais: o crescimento do mercado alimenta os investimentos em segurança”, em tradução livre), para identificar como os provedores de serviços de comunicação (ISPs) em todo o mundo estão evoluindo à medida que expandem os serviços e a infraestrutura em resposta às mudanças na demanda dos clientes e à evolução tecnológica.

Conduzido pela organização de pesquisa independente Opinion Matters com 2.750 profissionais sênior de TI de provedores em 11 regiões, o estudo revelou expectativas quase universais de crescimento robusto do tráfego de rede, com 66% deles acreditando que ele aumentará de 50 a 100% nos próximos 2 a 3 anos. Isso está levando a uma série de ações, que incluem: investimentos em segurança de rede, expansão da infraestrutura para atender às necessidades de comunidades carentes e diversificação para novos mercados e serviços.

Os ISPs do Brasil e do México ouvidos na pesquisa concordam que os volumes de tráfego de rede devem seguir a tendência de alta. Todos os entrevistados esperam que os volumes de tráfego aumentem até 2026, de acordo com o alinhamento mundial, com 15% afirmando que os volumes aumentarão entre 75% e 100%. O aumento médio esperado é de 59%.

O estudo também explorou como os ISPs são afetados pelas principais tendências do mercado, como a adoção da nuvem pelos clientes e a transição para o IPv6. Embora a maioria tenha visto benefícios positivos em relação à nuvem, a mudança do IPv4 para o IPv6 está progredindo de forma menos suave.

Ivan Marzariolli, country manager Brasil da A10 Networks, explica que, apesar da incerteza econômica, a conectividade digital é fundamental para a resiliência e a recuperação que os ISPs esperam para que o forte crescimento de tráfego observado nos últimos anos continue. Na avaliação dele, isso está criando tanto a urgência quanto a confiança entre os ISPs para realizar grandes projetos de investimentos em infraestrutura e tecnologia. “Ao fazer isso, nossa pesquisa mostra que eles estão se tornando mais sofisticados na forma como abordam a segurança da rede, mas ainda há desafios com a transição para o IPv6”, explica Marzariolli.

Fim da exclusão digital

Uma das principais áreas de investimento dos ISPs é a expansão de redes para alcançar comunidades não atendidas ou desassistidas. Segundo a A10 Networks, fornecer conectividade segura e confiável as áreas de difícil acesso ou anteriormente inviáveis economicamente é fundamental para reduzir a desigualdade. “Portanto, é positivo que 69% dos entrevistados estejam expandindo suas redes para comunidades não atendidas/subatendidas. Entre eles, metade espera obter um aumento de mais de 10% em relação à sua base de assinantes atual e 19% estão expandindo para um aumento de mais de 50%”, aponta a pesquisa.

Com relação aos investimentos para atender às necessidades de comunidades não atendidas/desassistidas no Brasil e México, 56% estão expandindo rede para um aumento de mais de 10% da base de assinantes atual, seguindo as tendências mundiais, e 28% estão expandindo a infraestrutura para um aumento de mais de 50%.

Além disso, 31% dos entrevistados, a maioria dos quais era de ISPs “de maior porte”, disseram que estão planejando construir data centers adicionais e expandir para fornecer capacidade adicional para outros provedores de serviços, sendo que no Brasil e México a intenção da construção de data centers está em 16% das respostas dos entrevistados.

IPv6 e consolidação

O aumento da demanda irá pressionar cada vez mais os provedores a superar a escassez de endereços IPv4 fazendo a mudança para o IPv6. No entanto, o estudo mostrou que apenas 30% esperam conseguir isso com sucesso nos próximos dois ou três anos. Em vez disso, mais de um terço está adotando uma estratégia de gerenciar cuidadosamente seus pools de IPv4 e fazer a transição gradual para o IPv6, e 34% pretendem executar as duas ações paralelamente.

“Essa abordagem cautelosa pode fazer com que os provedores enfrentem dificuldades no curto prazo, à medida que os endereços IPv4 se tornem mais difíceis de obter”, aponta o estudo.

O estudo mostra também que os ISPs se encontram em um ponto crucial, pois pretendem capitalizar a demanda e aproveitar as oportunidades para crescer e diversificar seus negócios. “Eles acreditam que a globalização, a oferta de novos serviços, como a depuração de DDoS na nuvem, e o crescimento geral da demanda são as três maiores oportunidades. Para realizar todo o seu potencial, os provedores de serviços precisam dimensionar e proteger suas redes para que a infraestrutura que fornecem seja segura e altamente disponível”, diz o estudo da A10 Networks.

Olhando para o futuro, os provedores do Brasil e do México também vislumbram a oportunidade de oferecer serviços superiores em sua região. Nos dois países, 28% dos entrevistados afirmaram que uma das principais oportunidades é a consolidação do mercado, que levará à redução da concorrência.

Segurança e nuvem

A pesquisa também mostra que à medida que os ISPs planejam esses projetos de expansão, há sinais de que estão adotando uma abordagem mais abrangente em relação à segurança. A pesquisa da A10 Networks em 2021 mostrava que o investimento em segurança estava fortemente focado em atualizações de firewall. Agora, embora as atualizações de firewall e appliance ainda sejam importantes, os ISPs também estão focados em componentes de defesa da segurança da rede mais abrangentes.

A detecção e o monitoramento de ataques DDoS são uma prioridade para 27%, enquanto 26% estão investindo em serviços de proteção contra ransomware e malware. A mesma porcentagem está buscando automatizar as políticas de segurança e simplificar e integrar soluções pontuais diferentes.

No Brasil e México, os investimentos de segurança de rede de maior prioridade nos próximos 2 a 3 anos serão 26% na automação de políticas de segurança, 23% em depuração de nuvem DDoS, 23% na atualização de firewalls e outros dispositivos de segurança para novas ameaças e aumento do volume de tráfego e 23%, em sistemas simplificados e centralizados de gerenciamento e análise.

Como os clientes continuam a migrar para a nuvem, os provedores podem agora avaliar o impacto que isso está causando em seus negócios. Para quase dois terços, 63%, o impacto foi positivo. Entre eles, um quarto observou um crescimento direto da receita, um em cada cinco evoluiu para oferecer serviços de nuvem pública e data center gerenciado, e 19% diferenciaram seus serviços e aumentaram sua relevância para os clientes. Apenas 16% dos entrevistados disseram ter perdido receita devido à mudança para a nuvem.

A mudança corporativa para a nuvem teve um impacto positivo na receita de 27% dos provedores do Brasil e do México, porém ainda existe um núcleo sólido, de 19%, cujos clientes corporativos preferem permanecer “on premise”. Nos dois países, 20% dos entrevistados descobriram que seus serviços diferenciados aumentaram sua relevância para os clientes, enquanto 19% evoluíram para oferecer nuvem pública e serviços gerenciados de data center.

Fonte: Teletime