Anatel bloqueou centenas de IPs e dezenas de domínios de serviços de IPTV pirata. Ao todo, 184 empresas, entre operadoras, provedores e detentoras de infraestrutura aderiram ao plano de ação contra a pirataria.
O vice-presidente da Anatel, Moisés Moreira, apresentou hoje, 7, dados recentes dos trabalhos que a Anatel tem feito na guerra declarada contra a transmissão pirata de TV por assinatura via IPTV (pela internet) no evento Sext Expo.
Ali, contou que a agência já conta com 184 empresas que participam das ações de bloqueios de IPs de TV Box clandestinas e de domínios de serviços fraudulentos.
Entre as empresas estão provedores de internet, todas as grandes nacionais, além de ISPs locais, fornecedores de interconexão em cabos submarinos e de interconexão internacional: Claro, Oi, V.tal, Vivo, TIM, Telcables, Cirion, Congent, Google Infraestrutura, Seabras, Telxius, Sparkle, Alloha Fibra, Alares, Algar, Americanet, Brisanet, Desktop, Unifique, Vero.
Normalmente os piratas interceptam conteúdos de receptores de TV paga legalizados brasileiros, enviam este conteúdo para servidores localizados fora do país, e o retransmitem para TV Boxes clandestinos através das interconexões.
Dessa forma, a agência está agindo tanto na última milha (provedores de internet ao consumidor), como no atacado, junto às empresas que conectam o Brasil ao tráfego global de dados.
Cerco fechando
Conforme o VP da Anatel, 80% dos assinantes de banda larga fixa no país são clientes das empresas participantes do plano de ação contra a pirataria.
Segundo Moreira falou em painel na Set Expo, nesta segunda-feira, a agência bloqueou desde 9 de fevereiro, quando aprovou um plano, 743 IPs utilizados por TV boxes clandestinas. Estes são dispositivos não homologados na Anatel e que trazem embarcadas aplicações de acesso a canais, filmes e séries pirateados.
Ao banir IPs, os aparelhos não conseguem se conectar ao serviços piratas. Além deles, a agência também derrubou 54 domínios utilizados para a distribuição de atualizações dos TV boxes, na esperança de mantê-los funcionando por vias ainda não bloqueadas.
Novas frentes
Ele afirmou ainda que, já neste mês de agosto começa a funcionar o laboratório da Anatel de investigação dos TV boxes piratas. O laboratório, como informado em primeira mão pelo Tele.Síntese, foi construído em parceria com a ABTA, associação das empresas de TV por assinatura brasileiras.
Em outra frente, Moreira contou que espera colocar em prática nas próximas semanas um acordo de cooperação técnica já firmado com a Ancine. Pelos termos, a Ancine vai verificar se o conteúdo transmitido ao vivo por um site ou IPTV é pirateado e autorizar a Anatel a derrubar o site ou IP do serviço.
“Por exemplo, em um jogo da Libertadores, esperamos conseguir tirar do ar a transmissão pirata ainda no primeiro tempo. Isso vai causar um revés muito grande aos usuários destes serviços”, falou Moreira. O modelo é inspirado no que é praticado na Espanha e em Portugal.
Moreira comentou ainda que a Receita Federal, apoiada pela Anatel, confiscou 1,44 milhão de TV boxes clandestinas que iriam para o mercado nacional. Estes produtos têm valor estimado de R$ 400,8 milhões.
Fonte: Telesíntese