Para Raymundo Barros, diretor executivo de tecnologia da Globo e presidente do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), ainda existe a possibilidade de o país adotar, para o padrão de TV digital móvel, o 5G Broadcast, que é parte da evolução da tecnologia 5G e colocaria as emissoras de TV em convergência com as operadoras de telecomunicações. Apesar de o Fórum SBTVD ter indicado a adoção da camada física do ATSC 3.0, o padrão móvel não necessariamente irá por esse caminho.
“O que aprendemos na TV digital 2.0, com a transmissão móvel que foi adotada naquele momento (1-SEG) é que ela só se torna uma realidade quando existe um modelo que faça sentido para o ecossistema. E no mundo móvel, as operadoras de telecomunicações e os fabricantes de handsets são parte do ecossistema. Eles não viram sentido em ter TV digital móvel naquele momento”, admite Raymundo Barros.
Por isso a radiodifusão presta atenção aos movimentos na Europa e, sobretudo, na Índia, onde existe a expectativa de uma TV digital móvel obrigatória, mas que pode acabar chegando pelo 5G Broadcast, o que coloca as operadoras de telecomunicações no jogo, seja na implementação da infraestrutura de transmissão, seja no uso do espectro ou mesmo no desenvolvimento de modelos de negócio comum.
“Meu entendimento é que iremos para onde fizer sentido. Se a Índia for para o ATSC 3.0, pelo volume e escala, esse deve ser o padrão móvel também. Mas se for para o 5G Broadcast, esse deve se tornar o padrão global”, diz Barros.
Ele admite que é preciso encontrar um modelo que contemple os interesses das operadoras de telecomunicações, que em muitos países subsidiam os handsets, e dos fabricantes de celulares, que também buscam otimizar os volumes de venda.
Fonte: Teletime