Amazon defende a implementação de um regime de políticas espaciais flexível para constelações de satélites de baixa órbita (LEO) no Brasil. 

O posicionamento da companhia foi enviado à Anatel na consulta pública da agência sobre o recente pedido da Starlink para ampliação do número total de satélites autorizados a operar no Brasil, com mais 7,5 mil artefatos. A Amazon, vale lembrar, está avançando com o projeto Kuiper – uma constelação de satélites de baixa órbita com tecnologia semelhante à utilizada pela Starlink.

Assim, diante da preocupação da Anatel com a segurança e sustentabilidade no espaço, a big tech afirmou que a melhor forma de trabalhar esse assunto é por meio de um conjunto de regras não obrigatórias.

“A Amazon apoia o desenvolvimento e a implementação de um regime de políticas espaciais que incentive as operadoras a mitigarem riscos à segurança, à seguridade e à sustentabilidade, ao mesmo tempo em que promove o avanço tecnológico e uma economia espacial vibrante e competitiva. Esses objetivos são melhor alcançados por meio de um conjunto de padrões e políticas não vinculantes que sejam internacionalmente harmonizados, coerentes e flexíveis”, defendeu.

Na visão da empresa, essa abordagem evitaria a fragmentação de regras entre diferentes regiões. Em paralelo, as regras também poderiam ser ajustadas conforme as necessidades mudem ao longo do tempo, ao contrário de possíveis regras mais rígidas.

Sustentabilidade

A companhia disse ainda que se preocupa com a sustentabilidade espacial, um dos principais pontos questionados pela Anatel em torno do pedido da Starlink para ampliação da frota de satélites. A Amazon afirmou à agência que constelações LEO “como a da Kuiper” possuem capacidade e tecnologia para minimizar esses riscos.

“Embora compreendamos as preocupações decorrentes do aumento do número de atividades espaciais, os altos padrões de nossa constelação permitem manter o espaço seguro enquanto escalamos as atividades espaciais para trazer benefícios crescentes às pessoas na Terra”, apontou a Amazon.

Neste sentido, a empresa afirma que o risco de colisão é amplamente impulsionado pelo número de atores que têm pouca ou nenhuma capacidade de projetar e operar sistemas espaciais seguros e sustentáveis.

Em paralelo, como sugestão, a gigante também propôs que as operadoras no espaço compartilhem, entre si, dados de rastreamento. Além disso, Amazon sugeriu que espaçonaves acima de 400 km de altitude tenham capacidade de manobra para evitar colisões. 

Mais com menos

De acordo com a Amazon, para usar os recursos espaciais de forma mais eficiente (como a Anatel deseja), é preciso olhar além das características físicas dos satélites.

Dessa forma, a companhia acredita que atualizar as regras de compartilhamento de espectro pode “permitir que operadoras façam mais com menos satélites”, beneficiando o interesse público e reduzindo o tráfego espacial.

A empresa também afirmou que modernizar os limites de densidade de fluxo de potência (EPFD) pode aumentar o alcance dos satélites e diminuir a necessidade de novos.

“No entanto, para garantir um ambiente espacial seguro e sustentável, é essencial que todos os atores no espaço compartilhem incentivos semelhantes e detenham capacitações suficientes para manter as constelações LEO sustentáveis e disponíveis para o futuro”, afirmou a Amazon.

Fonte: Teletime