As receitas de telecomunicações foram as que mais perderam espaço nos serviços entre 2013 e 2022, ao passo que TI foi a atividade que mais avançou, mostra IBGE.
As atividades de telecomunicações foram os que mais perderam participação no setor de serviços no intervalo de dez anos, mostra a Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira, 28.
A participação das receitas de telecom no setor de serviços teve redução de 6,7 pontos percentuais (p.p.) entre 2013 e 2022. Com isso, levando em conta os 34 ramos que compõem os serviços não financeiros, o de telecomunicações, que era líder em receitas em 2013, caiu para a quinta posição dez anos depois.
Para o IBGE, a troca da telefonia tradicional por aplicativos de mensageria ajuda a explicar a diminuição do espaço de telecom no setor de serviços.
“Em que pese a expansão da digitalização da economia e a importância que a transmissão de dados e comunicação eletrônica assumiram na rotina dos cidadãos e das empresas, a atividade de Telecomunicações vem exibindo um declínio significativo da participação no setor de serviços, que pode ser, ao menos parcialmente, explicado por mudanças regulatórias nos últimos anos, contemplando empresas de telefonia, Internet, TV por assinatura, dentre outras”, diz o IBGE, em trecho do relatório da pesquisa.
Segmentos
A baixa proporcional de telecom ajudou a derrubar o segmento de informação e comunicação, do qual a atividade faz parte, como um todo.
Em 2013, informação e comunicação representavam 25% da receita bruta dos serviços e lideravam em 14 unidades da federação. Em 2022, a fatia caiu para 19,4% (queda de 5,6 p.p.), se tornando o segmento que mais perdeu espaço nos serviços em dez anos e não liderando em mais nenhuma localidade estadual ou distrital do território brasileiro.
“No início da série histórica, em 2007, esse segmento era o mais relevante. Ele correspondia a 31,2% da receita operacional líquida no setor de serviços do País e desde então vem caindo gradativamente. No período da pandemia, ficou estável de 2019 para 2020, mas veio caindo pouco a pouco nos anos seguintes”, afirma Marcelo Miranda, pesquisador do IBGE.
Conforme a pesquisa, o segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios ocupava a maior proporção das receitas (29,8%) dos serviços não financeiros em 2022. Em seguida, aparecia o conjunto de serviços profissionais, administrativos e complementares, com 27,8% de participação.
TI em alta
Apesar da baixa em telecom, o segmento de informação e comunicação foi compensando pelo avanço nos serviços de Tecnologia da Informação (TI).
A pesquisa indica que, no período de 2013 a 2022, a atividade teve o maior aumento de participação entre os 34 ramos não financeiros do setor de serviços, crescendo 3,4 p.p. No total, TI chegou a 10,2% de participação nos serviços do País.
Fonte: Telesíntese