Scala e governo do RS assinaram carta de intenções, com previsão de instalação de um condomínio de data centers na cidade de Eldorado do Sul, na Grande Porto Alegre

A Scala Data Centers assinou um protocolo de intenções com o governo do Rio Grande do Sul (RS) para levantar no estado uma “cidade de data centers”. O anúncio se deu com pompa no Palácio Piratini, em Porto Alegre, nesta quarta-feira, 11.

Segundo o governo do estado, o empreendimento será o maior “de infraestrutura digital da América do Sul”, e foi batizado de Scala AI City.

A cidade de data centers vai receber um investimento inicial de R$ 3 bilhões (US$ 500 milhões) apenas na primeira fase. Com a assinatura do documento, o governo gaúcho assume o compromisso de criar um distrito industrial de data centers.

A Scala AI City será implantada em uma área estratégica em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A escolha do local se deve à sua segurança em relação a desastres naturais (inclusive diante de eventos climáticos), à abundante oferta de energia elétrica e à capacidade imobiliária, que permite uma expansão contínua.

O empreendimento será interligado ao data center SPOAPA01 da Scala, localizado em Porto Alegre. Vai se ligar ainda à futura conexão com o cabo submarino Malbec, que conecta São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires, com previsão de passar pela capital gaúcha.

“Estamos não apenas elevando o Brasil a um novo patamar tecnológico, mas também impulsionando a recuperação econômica e social do Estado, gerando milhares de empregos e promovendo o desenvolvimento sustentável de diversas indústrias”, afirmou o CEO e cofundador da Scala Data Centers, Marcos Peigo.

Croqui da Scala AI City (Divulgação)

A capacidade inicial de TI da Scala AI City será de 54 Megawatt (MW), o que é cerca de sete vezes superior à capacidade dos centros de dados atualmente instalados na Grande Porto Alegre e maior do que a de mercados como o da Argentina e do Uruguai.

O projeto utiliza o design FutureProof, permitindo a instalação de racks que suportam cargas de trabalho intensivas em treinamento de IA, com capacidades crescentes e superiores a 150 Kilowatt (kW), em contraste com os 20 kW ou menos voltados para outros usos. O sistema também prevê o uso de liquid cooling — um método de resfriamento por fluido refrigerante que oferece maior eficiência energética para esse tipo de aplicação.

A sustentabilidade será um pilar central do empreendimento da Scala no RS, afirmam as partes. A iniciativa usará 100% de energia renovável certificada e adotará tecnologias para minimizar seu impacto ambiental. Com o auxílio do clima mais ameno do sul do Brasil, os data centers serão mais eficientes e terão um PUE (Power Usage Effectiveness, que mede a eficiência energética) não superior a 1.2, o mais baixo da América Latina, e um WUE (Water Usage Effectiveness) de zero – ou seja, não utilizarão troca de água em seus sistemas de refrigeração, prevê o projeto. (Com assessoria de imprensa)

Fonte: Telesíntese