Houve queda no tempo médio de uso diário de smartphone entre as crianças brasileiras a partir de 7 anos, revela nova pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box em comparação com sua edição anterior, realizada no ano passado. Chama a atenção especialmente a queda de 16 minutos entre adolescentes de 13 a 16 anos, baixando de 3 horas e 58 minutos para 3 horas e 42 minutos. Nas faixas de 7 a 9 anos e de 10 a 12 anos, houve redução de 4 minutos na média diária.
Essa redução possivelmente reflete uma maior conscientização dos responsáveis sobre os efeitos negativos do tempo excessivo de tela, puxada pelo debate sobre a limitação do uso dentro das escolas, que ganhou força nos últimos meses no país.
Por outro lado, entre crianças mais novas, de 4 a 6 anos de idade, a média de uso diário aumentou 9 minutos, subindo de 1 hora e 35 minutos para 1 hora e 44 minutos.
Entre bebês de 0 a 3 anos a média diária se manteve praticamente estável, em 1 hora e 27 minutos. Cabe lembrar que pediatras e pedagogos concordam que até os dois anos de idade a criança não deveria ter acesso a dispositivos com telas luminosas.
Pesquisa detecta preocupação com o uso excessivo de smartphone
O uso excessivo do celular é uma preocupação da maioria dos pais brasileiros. Na média, 64% dos responsáveis entendem que seus filhos passam mais tempo do que deveriam com o smartphone. Não há diferença entre pais e mães, nem por classe social, nem pelo gênero da crianças. A preocupação varia, porém, de acordo com a idade do filho: ela é maior quanto mais velha é a criança, coincidindo com o aumento do tempo diário com o aparelho. Entre pais de adolescentes de 13 a 16 anos, 70% se dizem preocupados com o uso excessivo, por exemplo.
Até os 12 anos de idade da criança, cerca de quatro em cada cinco responsáveis estipulam limites para o uso diário de smartphone. Isso cai drasticamente na adolescência, quando 54% dos responsáveis mantêm essa prática. Entretanto, houve um aumento desse percentual em relação à pesquisa anterior: um ano atrás, 49% dos pais de adolescentes impunham algum limite de tempo.
O estudo entrevistou 2.114 brasileiros que acessam a Internet, possuem smartphone, respeitando as proporções de gênero, idade, renda mensal e distribuição geográfica desse grupo. Todos são pais de crianças e adolescentes de 0 a 16 anos. As entrevistas foram feitas on-line entre 11 e 24 de setembro de 2024.
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