Alberto Griselli afirmou nesta terça-feira, 5, à imprensa especializada, que a operadora aguarda pacientemente a abertura de janelas de oportunidade para crescer, via aquisições, no segmento de banda larga fixa. Segundo o CEO da TIM, por ser grande no mercado móvel (segmento no qual dispõe de 62 milhões de clientes), pode se dar ao “luxo” de observar pequenos e médios ISPs se consolidarem antes de exercer seu papel de consolidadora entre provedores de maior porte.

“Podemos esperar, pois banda larga fixa é um pedaço pequeno da operação. Podemos nos dar ao luxo de esperar para fazer a operação no momento certo. Se comprarmos um player, isso não muda muito o cenário atual [muito competitivo]. Isso tem que acontecer entre os pequenos, entre os médios, e nós, na medida em que houver um target grande, vamos considerar”, falou o executivo.

Recentemente, estava disponível no mercado um negócio grande à venda: a Oi Fibra, com 4,3 milhões de clientes, que acabou sendo arrematada pela V.tal. Para o CEO da TIM, este resultado era inevitável em razão do modelo da oferta. A Oi Fibra tem contrato de alto valor com a operadora de rede neutra, que também é credora do grupo Oi.

Oportunidade

Griselli descarta se desfazer de seu negócio de fibra óptica, que atualmente conta com cerca de 800 mil assinantes. Embora seja a terceira operadora nacional em número de clientes móveis, no segmento de provimento de internet, a TIM ocupa a nona posição, atrás das rivais Claro, Vivo, Oi (cuja unidade de fibra está em vias de ser compra pela V.tal), Giga+, Vero, Desktop e Algar.

“Nossa oferta de ultra fibra representa opção de CRESCER neste mercado”, enfatizou. E acrescentou: “Somos mais consolidadores do que vendedores. Mas, no momento, não faz sentido aumentar a exposição em um mercado extremamente competitivo”, relatou.

A seu ver, há muita competição predatória entre ISPs. Isso se reflete na falta de necessidade de mais casas passadas com fibra. A TIM explora o segmento de banda larga fixa tendo as operadoras de redes neutras I-Systems (controlada pela IHS) e V.tal como parceiras.

“O relacionamento com ambos nos permite ter o footprint que já nos atende, por ser praticamente nacional. Não precisamos de mais homes passed. Estamos satisfeitos com os contratos que temos, não queremos abrir esse número, pois nossa abordagem é seletiva. Não entramos onde há concorrente cobrando a metade do preço, ou vamos onde sabemos que o cliente valoriza a marca TIM”, observou.

Móvel seguirá em expansão

Griselli ressaltou ainda que o carro-chefe, por larga margem, da companhia seguirá em alta no futuro próximo, e que a operadora está buscando alternativas para gerar receitas com produtos além da conectividade móvel. A lista de alternativas inclui entrar em uma nova vertical com um parceiro “nas próximas semanas”. Ele não revela qual será essa parceria, mas dá pistas de que seguirá modelo semelhante ao adotado com serviços de valor adicionado como o Cartão de Todos (plano de saúde) ou o Descomplica (oferta de cursos).

Ele exemplifica a força da estratégia para o varejo. Disse que na black friday a TIM não vai baixar preços promocionalmente, mas vai oferecer assinatura grátis de 1 ano da Netflix, plataforma de streaming de vídeos e séries. Outra frente que está avançando é a unidade voltada para internet das coisas para empresas. A área faturou R$ 623 milhões nos últimos 2 anos e meio, e deve faturar o mesmo volume nos próximos 9 meses.

Fonte:

Telesintese