A MediaTek manteve sua liderança global em market share de chipsets para smartphones no terceiro trimestre de 2024. A companhia fechou com 40% de participação no mercado mundial e 47% na América Latina, pela Counterpoint Research, e 40% na América Latina pela IDC, e busca se manter neste patamar com a aposta em novas tecnologias, como IA generativa e 5G.

Em conversa recente com Mobile Time, Décio Farias, gerente de desenvolvimento de negócios da MediaTek, afirma que a empresa terminou novembro com 33 meses de liderança no setor. Um resultado que reforça a a aposta da companhia no fornecimento para smartphones flagships das principais fabricantes.

Farias disse ainda que a MediaTek tem a liderança em chipsets 5G para smartphones no mundo.

IA na MediaTek

A rota para se manter na liderança agora passa por uma série de inovações, como inteligência artificial generativa nos devices,  explica Russ Mestechkin, vice-presidente de vendas e novos negócios para Estados Unidos e América Latina. O executivo acredita que o smartphone seguirá sendo o principal dispositivo do usuário na era inicial da inteligência artificial, ao menos pelos próximos cinco anos.

Para isso, a empresa aposta na experiência obtida nos últimos dez anos em IA, como o fato de que estão na sétima geração de processadores neurais (NPU ou APU), o que permite levar ao usuário aplicações de inferência de IA na ponta e se aproximar mais de diversos fabricantes de handsets, como Samsung, Motorola e as grandes chinesas (Oppo e Xiaomi, por exemplo).

“Estamos entusiasmados com o futuro da inteligência artificial. Começamos a democratizar essa tecnologia colocando mais e mais o dispositivo com IA na ponta”, diz.

Desafios

Por outro lado, Mestechkin acredita que há desafios, como o design do chipset para apoiar essa carga de dados crescente no device e a necessidade por mais memória RAM nos dispositivos – isto em um cenário em que os preços desses insumos não caem.

O VP da companhia acredita que ter em média 8 GB de RAM nos smartphones para sustentar as cargas de trabalho da IA será desafiador. Ao mesmo tempo, o ecossistema vai precisar trazer mais técnicas para comprimir ou reduzir os grandes modelos de linguagem (LLM) que rodam nos aplicativos da ponta.

Nesse jogo de avanço de tecnologias, Mestechkin acredita que aqueles que realmente têm o poder para mudar o jogo são as grandes fabricantes chinesas, pois, até o momento, elas estão desempenhando melhor papel no uso de IA on edge. Mas as grandes concorrentes ocidentais não ficam atrás.

Fonte:

Mobiletime