O procedimento competitivo para venda da unidade de TV por assinatura da Oi deve ocorrer no próximo dia 30 de janeiro. A data e a publicação de edital para o leilão foram aprovados nesta quinta-feira, 16, pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que supervisiona a recuperação judicial da tele.

A venda dos ativos foi reaberta no final do ano passado após proposta pela unidade de TV paga feita pelo grupo Mileto Tecnologia. A empresa já chegou a um acordo com a Oi e participará do leilão na condição de “stalking horse” – podendo cobrir ofertas de maior valor que sejam eventualmente apresentadas.

Já demais interessadas, se houver, devem se habilitar e realizar a entrega de propostas em envelopes fechados, lacrados e identificados. A abertura das propostas no dia 30 ocorrerá na sala de audiências da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, na capital do estado.

A minuta do edital para venda da unidade de TV foi aprovada em 6 de janeiro pelo conselho da Oi. A administração judicial conjunta do processo de recuperação e o Ministério Público já se manifestaram favoravelmente ao início do procedimento competitivo.

Houve, contudo, ressalva do MP quanto à data da audiência. O Ministério Público também requereu que sejam adotadas providências pela Oi e pela administração judicial conjunta para que ocorra comunicação imediata sobre a alienação do ativo aos principais players do mercado. O pedido foi acolhido pela juíza Caroline Rossy Brandão Fonseca, em nome de “maior competitividade à venda da UPI TV por assinatura”.

O ativo

A Oi deve agora proceder com a publicação do edital de alienação da unidade que reúne a Oi TV. O que a operadora está vendendo é a base de clientes de DTH (TV paga via satélite da empresa) e, ao que tudo indica, uma base ainda remanescente de IPTV (TV paga por fibra, cujo desligamento chegou a ser anunciado).

Os números da operação estão desatualizados na Anatel, mas a última informação pública sobre esta base, de agosto de 2024, dava conta de algo em torno de 900 mil clientes. Estima-se que a base tenha reduzido nos últimos meses, contudo, e fala-se hoje em cerca de 700 mil, a maior parte usuários pré-pagos.

Também fazem parte do negócio equipamentos terminais associados e demais ativos, direitos e obrigações relacionados à operação de TV paga. As condições financeiras do acordo alcançado pela Mileto e a Oi não foram divulgadas.

O principal desafio da manutenção do serviço é a renegociação dos contratos de programação (muitos dos quais a Oi suspendeu nos últimos meses, mas outros que permaneceram na condição de credores) e o contrato de satélite com a SES.

A Mileto, contudo, reúne profissionais experientes no mercado de telecomunicações, além de investidores de diferentes segmentos e negócios. Ela tem à frente os executivos Roberto Guenzburger (ex-executivo da Oi, Claro, ATL e Americel), Renato Svirsky (ex-country manager da Zapping Brasil) e Luiz Eugênio Salomon (ex-Gerente Jurídico da Telebrás).

Fonte:

Teletime