O setor de telecomunicações está defendendo a formação de uma força-tarefa, coordenada pelo Governo Federal, para combater o crescente furto e roubo de cabos e equipamentos de rede no País.
O pleito foi levado pela presidente da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra), Vivien Mello Suruagy, e pelo vice-presidente de Relações Institucionais da Claro, Fábio Andrade, durante reunião na última semana com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Também participou da reunião o ministro Juscelino Filho, das Comunicações, que explicou sobre o grande problema que as empresas têm enfrentado devido ao crescente aumento deste crime no País. “O ministro Lewandowski foi muito objetivo e efetivo e estaremos juntos trabalhando para denunciar, investigar e controlar este sério problema”, disse a presidente da Feninfra.
Já Andrade, da Claro, detalhou os prejuízos enfrentados pelas empresas e áreas onde não se consegue trabalhar – destacando também a insegurança dos trabalhadores e a interrupção dos serviços como provada da efetiva necessidade de apoio do Ministério da Justiça.
Vivien Suruagy disse que em 2023, esse tipo de crime cresceu 15% em relação a 2022. “Foram 5,4 mil quilômetros de cabos roubados e furtados em 2023, prejudicando mais de 7,6 milhões de consumidores, que ficaram sem acesso a serviços de telecomunicações, inclusive em hospitais e escolas”, destaca a presidente da Feninfra.
A dirigente também ressaltou que a atividade criminosa consome recursos que poderiam ser destinados à expansão da conectividade digital. “As empresas têm que reservar recursos para repor os equipamentos que são levados pelos criminosos. Esse investimento poderia ser destinado a conectar populações e regiões menos assistidas. É um crime que afeta o conjunto de toda a sociedade”.
O problema atinge todo o Brasil, mas é particularmente grave em alguns estados. São Paulo foi o que mais sofreu com essas ações criminosas em 2023, quando foram furtados ou roubados 1,45 milhão de metros de cabos, 40% a mais do que no ano anterior. Paraná, Bahia e Minas Gerais ocupam o segundo, terceiro e quarto número de registros de ocorrências, respectivamente.
Projetos de Lei
Vivien Suruagy salientou ser essencial a aprovação de uma legislação mais rígida para punir os responsáveis. Os Projetos de Lei nº 3780/2023, 5846/16, e 4997/2019 tipificam e aumentam a sanção desses crimes.
“Pedimos aos congressistas que aprovem as propostas, para tentar inibir atos criminosos que tanto prejudicam o País”, ressalta, apontando “a necessidade de apenar também empresas inidôneas que compram equipamentos furtados ou roubados, que costumam atuar na ilegalidade, oferecem serviços de baixa qualidade e prejudicam todo o sistema”.
Fonte: Teletime