A Ligga Telecom anuncia nesta quarta, 12, seus planos para a operação no Norte do País com o serviço de 5G. A empresa foi vencedora do edital da faixa de 3,5 GHz em 2021 para o  Estado de São Paulo, autorização que inclui também a cobertura da Região Norte. Além disso, a Ligga também tem a licença para cobertura 5G no Paraná.

A operação no Norte do país, segundo informou a este noticiário Rafael Marquez, CRO da Ligga, será por meio de parceiros, para os quais a Ligga passará o direito de uso do espectro em troca do cumprimento das obrigações regulatórias de cobertura e revenue share. “Nós atuamos como um viabilizador do modelo de exploração dos parceiros”, resumiu Marquez. 

Existe alguma complexidade na proposta da Ligga, que passa pela constituição de uma empresa (ISP Telecom) que atuará como uma operadora virtual autorizada, fazendo os investimentos na rede e atuando como enabler para que os operadores regionais atuem como credenciadas. A estrutura dessa empresa intermediária, a ISP Telecom, ainda não está detalhada, mas prevê novos investidores, novos sócios e os próprios provedores como cotistas. Por questões regulatórias, a Ligga não será acionista, mas dará o suporte tecnológico e operacional. O modelo comercial também varia em função dos recursos aportados pelos parceiros na ISP Telecom, tais como estrutura de backhaul e backbone, torres, investimentos etc.

As primeiras parcerias devem ser anunciadas no evento da Abrint, que acontece a partir desta quarta, mas Marquez destaca que já existem projetos em andamento.

Para Vitor Menezes, diretor de relações institucionais e regulatórias da Ligga, o que viabiliza esse modelo é a previsão do edital de que as obrigações possam ser cumpridas por meio de terceiros. “Nesse modelo, nós garantimos o atendimento das metas da Anatel e ao mesmo tempo ajudamos os provedores regionais da região Norte a entrarem no mercado móvel, ganhando um diferencial competitivo e reduzindo o churn, além de novas receitas”, diz Menezes.

O suporte da Ligga pode incluir, por exemplo, o aluguel do core de rede. A empresa também homologará os equipamentos que poderão ser utilizados pelos ISPs parceiros, para assegurar uma uniformidade da rede, mas os modelos de negócio serão livres. “Cada um faz como for mais adequado em sua área de atuação”, diz Marquez. “A nossa ideia é que seja um modelo de colaboração. O que a gente quer é dar flexibilidade para eles (ISPs) não ficarem só na compra de dados no atacado”, diz o executivo.

Além da entrada no segmento móvel, a Ligga acredita que os ISPs regionais do Norte do país poderão ainda tirar proveito da cobertura 5G para entrarem na oferta de serviços de banda larga fixa por FWA.

Fonte: Teletime