V.tal se divide em três unidades: rede neutra, data centers e banda larga fixa. Amos Genish ficará à frente do conselho de administração, e passa o bastão de presidente executivo a Felipe Campos.
A provável aquisição da Oi Fibra pela V.tal já disparou uma reconfiguração do comando da empresa de rede neutra e em sua estrutura corporativa. Amos Genish, que era CEO e chairman do conselho de administração seguirá à frente do colegiado, mas passa o bastão da presidência executiva para o já ex-VP de negócios Felipe Campos.
Amos esteve à frente da criação da rede neutra e da estruturação dos negócios desde o surgimento da empresa, a partir de segregação de ativos da Oi em 2021.
Campos, executivo com mais de 25 anos de experiência no setor de telecomunicações, assume a presidência da empresa. Ele está na V.tal desde agosto de 2023. Antes, era da Vivo.
Também egresso da Vivo, o executivo Marcio Fabbris está colaborando com a V.tal no processo de apresentação de oferta para a aquisição da UPI ClientCo e deverá liderar as suas operações caso a compra seja concretizada. Ele foi VP de marketing da Vivo, passou pela Fibrasil, e estava no bureau de crédito Equifax (antigo Boa Vista).
Uma unidade apenas de data centers foi criada, e será comandada por Pedro Henrique Fragoso, integrante do conselho da V.tal e partner do BTG há 12 anos. Entre 2014 e 2022 presidiu o conselho da Globenet (que se fundiu à rede óptica da Oi para originar a V.tal).
Resultados
A empresa diz que Amos Genish “desenvolveu e impulsionou o modelo de rede neutra fim a fim no Brasil e entregou resultados financeiros sólidos durante a sua gestão”. A V.tal alcançou no período de janeiro a junho de 2024 um crescimento da receita em 32%, alcançando R$ 3,6 bilhões e um EBITDA de R$ 2,5 bilhões com uma margem EBITDA de 67%. O lucro também registrou crescimento de 209% em comparação ao mesmo período do ano passado, atingindo R$ 610 milhões.
“A V.tal segue agora um novo ciclo que poderá dar origem a três empresas independentes, com management distintos, que vão fortalecer ainda mais a nossa atuação no mercado de Rede Neutra e Atacado, nos ajudar a ter um olhar mais estratégico para Data Centers e a construir a nova empresa de clientes de fibra a partir da aquisição da UPI ClientCo da Oi após a sua concretização”, diz Genish.
O executivo afirma ainda que a reestruturação reforça “o compromisso da V.tal com a neutralidade da operação, pilar que norteia a nossa atuação desde o lançamento do modelo de rede neutra”.
Felipe Campos passa a ser o novo CEO da companhia e responsável pela estratégia de crescimento nos pilares de negócios: Rede Neutra FTTH (Fiber To The Home) e Atacado.
“Vamos seguir ampliando o nosso portfólio de soluções de infraestrutura digital para os clientes e expandir a nossa rede para o desenvolvimento de ecossistemas de conectividade em outras regiões do Brasil e dos demais 6 países onde atuamos. Temos uma infraestrutura que é inigualável em sua capilaridade e qualidade e acionistas sólidos com capacidade de investimento para fazer frente às demandas digitais atuais e futuras”, afirma ele.
Sob a liderança de Pedro Henrique Fragoso, a nova unidade de data centers terá equipe dedicada e governança própria para dar maior foco no negócio com visão de longo prazo. “A V.tal já atua no setor de data centers e tem como diferencial competitivo a oferta integrada de serviços de colocation e conectividade nacional e internacional. Com um olhar dedicado e estratégico aos negócios de Data Centers, conseguiremos usufruir dessa sinergia com outros produtos e ao mesmo tempo dar mais tração no negócio”, diz o executivo.
Compra da UPI ClientCo Oi
A V.tal apresentou proposta para a aquisição da UPI ClientCo na segunda rodada do leilão realizado pela Oi, em 25 de setembro, e decidiu pela contratação do executivo Marcio Fabbris para conduzir esse processo de aquisição da UPI ClientCo. Caso a compra pela V.tal seja concretizada, a UPI ClientCo vai atuar com uma estrutura apartada da V.tal, com administração e governança independentes, reforçando o compromisso da V.tal com a neutralidade da operação de rede neutra.
A compra da UPI ClientCo ainda depende da aprovação da oferta pelos credores, homologação pelo juízo da Recuperação Judicial e autorização da Anatel e do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) conforme definido no Plano de Recuperação Judicial da Oi.
Com a conclusão do negócio e as devidas autorizações regulatórias, o executivo Marcio Fabbris deverá assumir como CEO da futura nova empresa de clientes de fibra. Fabbris possui mais de 20 anos de experiência em estratégias de mercado e posicionamento de marca e foi vice-presidente de uma das maiores empresas de telecomunicações do país.
Toda a estrutura da V.tal envolve uma rede óptica com mais de 22 milhões de casas passadas, 26 mil quilômetros de cabos submarinos que ligam o Brasil à Argentina, Chile, Venezuela, Colômbia, Bermudas e Estados Unidos, além de data centers distribuídos entre Brasil e Colômbia.
Fonte: Telesíntese