startup aeroespacial Loft Orbital anunciou nesta terça-feira, 14, uma rodada de investimentos Série C no valor de US$ 170 milhões para avançar no fornecimento de satélites de baixa órbita terrestre (LEO). 

Fundada no início de 2017 com times divididos entre a França e os Estados Unidos, a Loft opera com um modelo de Infraestrutura Espacial as a Service, em que os clientes podem desenvolver, construir e integrar cargas úteis sem precisar gerenciar aspectos como hardware espacial e infraestrutura terrestre de satélites – facilitando assim a vida de empresas que desejam implantar e operar missões no espaço. 

A nova captação da empresa foi liderada pela gestora francesa Tikehau Capital com a firma de venture capital norte-americana Axial Partners. O movimento ainda teve a participação de nomes como o fundo soberano de Singapura Temasek, o banco público francês Bpifrance, a gestora europeia de VC Supernova Invest, além da Tribeca Venture Partners, Starburst Ventures, Arkenstone e GSBackers. 

Com o novo cheque, a companhia prevê avançar em termos de escala de sua frota. A Série C também vai contribuir para a expansão do ecossistema de parceiros de aplicativos de IA e para tornar o processo mais integrado e autônomo, permitindo que qualquer pessoa implemente e execute aplicativos na sua infraestrutura.  

“Apenas com nosso manifesto atual, em breve operaremos uma das maiores frotas heterogêneas de satélites em órbita terrestre baixa. Temos operações em três continentes que nos permitem atender a uma base de clientes verdadeiramente global. Essa rodada nos dá o combustível necessário para enfrentar esse desafio e construir uma empresa comercial de espaço confiável e duradoura”, afirma a empresa, em comunicado. 

Cenário

De acordo com a Loft, a alta demanda no setor espacial é impulsionada por soluções comerciais para atender às necessidades de maior compreensão das mudanças climáticas, de segurança nacional e soberania para todos os governos e à “insaciável” demanda global por conectividade e dados.

Embora reconheça que a SpaceX tenha resolvido grande parte do lado dos lançamentos da indústria, diz que o lado dos satélites ainda sofre com problemas de cronograma. A companhia afirma também que, hoje, os cronogramas dos fornecedores são mais “sugestões do que compromissos”. 

E ressalta que a maioria dos clientes industriais desejam mais rapidez para chegar ao espaço do que atender a todos os requisitos específicos das missões. “Esses clientes não precisam de um design exclusivo e perfeito para seus satélites, mas sim de uma infraestrutura espacial que possa realizar qualquer tipo de missão de forma rápida e confiável”, diz. 

Próximos passos

Para endereçar a questão, a startup ressalta que existem dois horizontes na sua estratégia. O primeiro, focado no negócio atual da companhia, passa por implantações simples, rápidas e confiáveis nas missões físicas de seus usuários. Este é, hoje, o seu principal negócio e este foco deve prevalecer no futuro.

“Atualmente, estamos em um ponto de inflexão, passando de lançamentos de alguns satélites por ano para mais de 10. Nosso cronograma para 2025 inclui múltiplas constelações, como EarthDaily e a Agência de Desenvolvimento Espacial, além de vários de nossos programas de compartilhamento de lançamentos”, afirma.

Por outro lado, afirma que há uma oportunidade de transformar a indústria espacial nos próximos anos. De acordo com a empresa, os satélites hoje são utilizados de forma lenta, com alguém responsável por dar uma tarefa ao satélite, que coleta os dados e repassa aos clientes na Terra. Mais adiante, é necessário um analista para avaliar os dados e tomar decisões.

Assim, os próximos passos da empresa incluem a criação de um processo de detecção e monitoramento de eventos em tempo real, além da exploração e utilização dos dispositivos para fins táticos, bem como o aumento da capacidade computacional e conectividade contínua por meio de links inter-satélites. 

“Embora muitas empresas falem sobre executar IA no espaço, poucas estão realmente fazendo isso. A Loft é uma dessas poucas. Hoje, estamos executando missões virtuais no YAM-6 diariamente para parceiros e clientes como Helsing, Microsoft, Agenium, NTT, entre outros”, finaliza a empresa. 

Fonte:

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