Quando se trata de redes privativas, o Brasil ainda se encontra atrás de outros países na implementação, mas há um crescimento notável em diversos setores. Isso é o que indica o Relatório de Redes 4G e 5G no Brasil 2025 elaborado pela Teleco e apresentado em um fórum da consultoria nesta quinta-feira, 30.

A comparação das redes privativas 4G/5G no Brasil e no mundo mostra que há setores com uma participação considerável – como indústria, agro, setor elétrico e óleo e gás. Mas também existe um déficit significativo em outros segmentos, como educação – que são apenas 3% das redes privativas no País, contra 11% na média global. 

Redes privativas por verticais
Redes privativas por verticais. Imagem: Teleco

No levantamento, a indústria sai na frente, com 29% das redes privativas brasileiras. Foram identificadas redes nos segmentos alimentício, metalúrgico, automobilístico e de saúde, entre outros. Indústrias que fornecem equipamentos para o setor de telecom também foram lembradas: a Huawei, por exemplo, faz uso da tecnologia privativa em fábricas desde 2020 e a Intelbras, desde 2023.

Os principais objetivos com a aplicação das redes privativas, no caso da indústria, é a melhoria da conectividade, a centralização de informações e da computação das linhas de produção e logística, maior flexibilidade, oportunidades de automação das operações e o uso de IoT.

Já no agronegócio, que fica com o segundo lugar (16% das redes mapeadas), há registro de uso pela São Martinho com 4G desde 2016 e outros projetos mais recentes como o projeto Conecta Matsutti e a fazenda Macuco.

Aqui, a tecnologia é empregada, especialmente, para a coleta de dados que os produtores rurais necessitam e para automação e consequente busca por aumento de produtividade.

Além desses, diversos setores são examinados, incluindo óleo e gás, mineração, transporte e saúde, destacando-se iniciativas e exemplos de implementação de redes privativas, utilizando inclusive tecnologia 5G.

Destaca-se que grandes empresas como Petrobras, Itaipu, Enel e Vale e grandes hospitais, como o Hospital das Clínicas e o Hospital Einstein, também já fazem uso da tecnologia. Além disso, a Globo utiliza rede privativa para transmissões como a do Carnaval, por exemplo.

Potencial

Porém, para além de um grande potencial de crescimento deste mercado no Brasil, o estudo também aponta um atraso que ainda se faz presente.

Em educação, ainda há grande disparidade na implementação em Universidades e escolas, em relação aos outros países. Ainda assim, a Teleco destacou o uso em instituições de ensino superior privadas – como na Facens, desde 2021, e no Centro Universitário Santa Cruz, desde 2023.

No âmbito de governo, uma questão relevante aparece: as cidades inteligentes. “Se a gente pega fora [do País], por exemplo, uma das aplicações de redes privativas são cidades inteligentes. No Brasil a gente ainda não vê isso avançando como em outros países”, afirma Eduardo Tude, fundador e CEO da Teleco. 

Fonte:

Teletime